Eu, Ivana, oito décadas
Eu sou Ivana. Um anagrama do meu antigo eu, Naiva.
Talvez não seja um bom jeito de começar uma história, mas...
Essa é a história de como eu morri.
Preciso, porém, dizer uma coisa: ela não foi como as outras. Começou muito tempo antes, sem que eu soubesse. Sem perceber onde estava indo quando cometi o maior erro da minha vida. Que ainda carrego dentro de mim. A ferida aberta de um passado nunca de fato resolvido.
Esse conto deveria começar da parte realmente importante, mas é preciso que vocês saibam como realmente começou.
Eu nasci na Província de Santa Fé há um século e cinco décadas. Fui batizada como Naiva Mariana. Registrada como Naiva Mariana de los Santos Arozamena. Como qualquer menina daquela época, fui educada para ser boa esposa e mãe. Eu, porém, sempre fui um pouco aventureira. Parada eu nunca gostei de ficar. Sempre achava um jeito de aprender mais e mais. E um dia, sem querer, fiz algo que mudaria para sempre minha existência, do qual eu só saberia muitos anos depois.
Alguém deve estar se perguntando que nome estranho é o meu. “Naiva” é nada menos que a corruptela da palavra francesa “naïf” ou da inglesa “naive”, ambas com significado igual, “ingênua”. De boba, no entanto, nunca tive mesmo nada. Considero-me particularmente esperta e estou sempre pronta a sugerir algum plano quando a “Patrulha do Tango” precisa executar algum trabalho sujo.
No entanto, não são todos que gostam de mim. Villoldo me odeia. Acho que entendo o motivo. Aliás, dificilmente não compreendo quando alguém me detesta. Não prezo exatamente pelas palavras falsamente doces ou atos fingidos. Já tive minha cota disso durante a vida humana. Sou direta e muitas vezes cruel na maneira como faço as coisas. Geralmente gosto que elas saiam do meu jeito. Quando não saem, fico realmente fula. Entretanto, não posso me queixar dos amigos que fiz. Até aqui, todavia, percorri um caminho longo que eu não sabia ser tão espinhoso.
Como todas as senhoritas do século dezenove, casei muito nova. Eu devia ter em torno de vinte anos. O nome do meu marido não importa muito, mas cabe aqui dizer que passei a me chamar Naiva Mariana Tardello depois de casada. Apenas um ano depois, nasceu Elisa, minha única filha. E o motivo de quase tudo o que me aconteceu depois. Quer dizer, na verdade, mais culpa minha do que realmente dela, pois eu podia ter pensado em outra solução para o problema acontecido mais de uma década depois.
Enviuvei quando minha filha tinha quinze anos. Tuberculose foi o que matou meu marido. Naquela época, isso era tão comum quanto espirrar ou soltar gases. Parece crueldade falar desse modo, mas não foi como se eu realmente o tivesse amado. A verdade é que só conheci o amor verdadeiro com uma pessoa. Gabino, um payador oito anos mais novo que eu.
Vivi por muito tempo me perguntando como teria sido se eu tivesse me casado com ele. Mesmo ele sendo homem negro e remediado e eu, uma viúva rica e branca, ainda bonita mesmo tendo passado dos trinta anos quando nos conhecemos. Na realidade, nunca chegamos a termo algum. No caso, ele foi quem nunca quis nada comigo. A vida dele era fazer payadas. Tanto é que ele tornou-se O grande payador da história musical argentina, disputando seriamente com o José Betinotti, que eu carinhosamente, ou nem tanto, apelidei de “Dumbo”. Já Gabino é um vampiro muito sério e comprometido com a causa de combater o mal que a humanidade causa. Nós nunca nos acertamos. Eu bem que queria, no entanto.
O meu coração é e sempre será dele. Não importa quanto tempo se passe, eu irei sempre amá-lo. Nesse minuto, eu choro.
Entretanto, eu acabei por achar que manter as aparências era o mais importante. Foi assim que se sucedeu o começo da minha morte.
Elisa, minha filha de então dezessete anos, envolveu-se com um rapaz muito estranho chamado Sandro, de quem eu não soube muita coisa por vários anos. Nada percebi até ela aparecer com sintomas de gravidez. E o namorado em questão sumir sem dizer nada. Quando descobri, pensei que meu mundo cairia, mas tive a certeza de que um planejamento bem feito salvaria a honra dela. Ainda mais porque a barriga não ficou evidente até vir o quinto mês da gestação, coisa que ela herdou da minha família.
Foi assim que nos escondemos em uma minúscula cidade próxima à Santa Fé, onde ninguém nos conhecia. A gravidez transcorreu bem até demais, porém, a barriga de minha filha era demasiado grande. A empregada encarregada de cuidá-la, Angela, me disse que aquilo não era normal nem mesmo para um bebê grandão. Ela disse que muito provavelmente aquela criança era fruto de uma relação entre uma humana e um ser de outro mundo. No começo, achei aquilo muito absurdo e inclusive mandei-a calar-se porque achava isso bobagem.
Todavia, ela tinha razão. O parto de Elisa havia sido particularmente difícil e dolorido. A placenta fugida junto com o bebê era mais líquida e transparente do que o normal e aceitável. Inclusive algumas partes haviam congelado em contato com o chão ao caírem escorrendo pelo lençol. Angela quase soltou o bebê recém-nascido devido ao susto. O nenê era uma menina. Apenas por um momento, minha filha a viu. Sorriu e disse antes de desmaiar: - Victoria.
Percebi logo que aquele seria o nome da “bastardinha”. Ordenei, junto de pagar uma boa quantia em dinheiro, a retirada imediata do bebê dali. Que Ângela fizesse o que bem entendesse com ela, porque meu problema agora era esperar Elisa recuperar-se do parto, voltar à forma de antes e depois arrumar um marido para ela. Quando finalmente ela despertou, contei a ela possivelmente uma das piores mentiras, senão a pior, que já inventei: Victoria havia nascido morta. Como eu esperava, minha filha ficou arrasada ao extremo, desejando morrer para encontrá-la no Paraíso.
Contudo, usei das mais doces palavras que pude para convencê-la de que tinha sido melhor assim, afinal, seria um golpe duro para a família se ocorresse um escândalo. E obviamente, eu queria vê-la bem casada e me dando netos varões para continuar o bom nome dos Tardello. Elisa mansamente aceitou meu conselho. Eu, porém, nunca imaginei o golpe que a vida me daria mais de duas décadas depois. Nunca estive tão despreparada.
Pelo menos vinte e dois anos se passaram sem que nada de estranho acontecesse. Elisa, assim como eu, enviuvou cedo após um bem arranjado casamento de quase dez anos. Dele nasceu um casal de filhos: María Isabel e Juan de Dios. Minha neta era adolescente perto da idade adulta e meu neto uma criança quando enfim a verdade veio à tona.
Não vou detalhar como aconteceu, porém, posso dizer que meu mundo ruiu completamente depois disso. Elisa só faltou me matar quando soube que eu havia mentido para ela. Meus netos, por sua vez e uma razão que inicialmente não compreendi, quiseram conhecer melhor a irmã e apesar de tudo, me perdoaram. Foi difícil, mas tive que encarar o fato de que nada saiu como o planejado.
Angela, ao contrário do que esperei, havia se apegado a Victoria muito mais do que com o dinheiro pago para escondê-la. Tinha sido a mãe que Elisa não pôde ser. Não irei detalhar como foi a vida da minha neta porque isso não é totalmente importante, mas em um ponto, por razões de força muito maior, ela se viu obrigada a fazer algo que não queria. Algo que a marcou negativamente e a tornou uma pessoa muito amargurada anos a fio. E no fundo, eu fui a culpada disso. Nunca vou esquecer a bofetada levada de Victoria naquela tarde. O tapa que definiu a minha ruína pessoal a partir daquele dia.
Nunca mais me reergui. Elisa me renegou, jurando nunca me perdoar. Minha neta foi viver com um tio na Espanha porque queria estudar artes plásticas. Escrevia-me sempre. Meu neto foi o único da família a me dar real atenção, pois todos os outros me desprezaram pelo mal causado. Um desprezo nunca olvidado. Que fez nascer dentro de mim um ódio além dos limites aceitáveis. Havia prometido a mim mesma acabar com Victoria, fazendo-a pagar por me arruinar. Ela nada mais era do que uma meretriz de luxo nascida errada. Pelo menos foi isso que pensei por muito tempo. Sempre adiava meus planos de vingança porque meu mordomo me aconselhava a pensar no meu neto que sempre me dava amor, carinho e atenção. Acabava sempre cedendo.
Victoria, aos 23 anos, casou-se com um engenheiro chamado Luciano, deixando para trás a prostituição. Ele era já velho conhecido dela. Desejei que ela jamais gerasse um filho. Achei-a pouco merecedora de felicidade assim como ela achava que eu era. Por pelo menos nove anos eles fracassaram em formar uma família. Eu não sei muito bem, mas me parece que ela sofria de uma enfermidade impossibilitando-a de engravidar. Ela, porém, não desistia fácil. Lutou até conseguir o desejado. Acabou me dando dois bisnetos: Alicia e Edmundo. E jamais me apresentou a eles enquanto pôde. De muitas maneiras, não era merecedora disso.
Juan sempre me visitava a despeito das proibições de Elisa. E todos os dias, eu chorava agarrada aos travesseiros. Implorava a Deus que fizesse aquela dor parar. Preferencialmente, que Ele me levasse de uma vez por todas, pois eu não sabia até quando suportaria. A dor, por sua vez, nunca cessava. E ela jamais passou.
E assim chegou 1930, o ano em que fiz oitenta anos. Um “cumpleaños” solitário como todos os outros desde 1910. Os únicos que me desejaram felicidades e mais alguns anos de vida foram o meu mordomo Ricardo e meu neto Juan, agora padre. Isso, porém, nunca acabou com a enorme dor sentida pelos meus erros cometidos. Na realidade, me sentia morta por dentro. Um zumbi caminhando sem saber aonde ia. Até que um dia...
Finalmente eu havia tomado coragem para pedir perdão mais uma vez à Elisa e Victoria. Estava certa de que meu fim estava próximo. Já estava com oito décadas. Velha demais para continuar naquele marasmo depressivo. Ou eu fazia alguma coisa ou me arrependeria até o dia do Juízo Final. As duas viviam próximas à Buenos Aires e para lá me dirigi com um carro, emprestado de um vizinho. A viagem estava muito tranquila até acontecer algo terrível: Ricardo de repente havia perdido o controle do volante e sofremos um gravíssimo acidente. Fui descobrir tempos depois que o carro estava com problemas naquela parte.
Estávamos presos debaixo do agora monte de ferro torcido. Meu mordomo morreu instantaneamente. Já eu permanecia ali, viva e agonizando. Estava com a certeza de que morreria sozinha e sem socorro algum, quando de repente alguma coisa puxou o enorme peso para longe do meu corpo. Simplesmente não entendi como ainda vivia apesar da batida. Estava quase inconsciente quando senti estar sendo levantada e repentinamente abri os olhos quando fui mordida. Tentei gritar, mas minha voz simplesmente não saiu. Entrei em pânico, me debatendo como uma louca presa em uma camisa de força, tirando capacidade não sabia de onde. Desmaiei após minutos.
Despertei em um local desconhecido. Só Deus sabia que horas eram. Minha cabeça girava igual à de alguém que havia tomado um porre fenomenal. Levantei muito devagar. De cara notei algo muito errado: eu estava demasiado flexível e ágil. Nem brincando eu deveria estar desse jeito, considerando minha idade. Podia ver tudo nos mínimos detalhes. Jurava estar sentindo cheiro de carne cozida sendo feita algumas casas adiante. Com certeza eu podia ouvir um vizinho, três quadras de onde eu estava, brigando com o cachorro, que latia sem parar. Soube depois que os animais reagem de forma estranha à presença de vampiros.
Foi quando um clarão advindo de um raio me fez ver o espelho do quarto. Jurei, em um primeiro momento, ter visto uma alucinação: eu estava jovem e bonita. Me recusei a acreditar que aquilo fosse mesmo sério. Andei pelo quarto tão ligeiro que acabei esbarrando em uma poltrona. Ela caiu com um barulho absurdo, a ponto de deixar um zunido tenso no meu ouvido por horas. Foi quando uma sombra aproximou-se com um candelabro: - Vejo que finalmente despertou, pequena adorada.
- Onde eu estou? No inferno? Você é o Diabo? Sei que mereço estar aqui depois de tudo. Sou... uma criatura horrível – falei com uma tristeza calada muito fundo. Logo notei estranhas lágrimas frias correndo em meu rosto.
- Você está viva. Para uma vida diferente, mas ainda sim, é uma vida – respondeu ele, que eu finalmente podia ver: um japonês, ou pelo menos algo parecido com, na casa aproximada dos cinquenta anos ou sessenta, não sabia ao certo.
Foi quando me dei conta dele estar falando a verdade. Afinal, podia sentir todas as coisas à minha volta e ouvia qualquer ruído possível. Perguntei: - Estou mesmo jovem e bonita ou...?
- Sim. O espelho vai confirmar. Suponho que se recorda daquela noite aonde bebeu um vinho muito estranho oferecido por uma de suas amigas, Mirna Rodriguez – disse ele aproximando-se de onde eu estava e iluminando o local refletor.
- Não acredito! – observei meu rosto e corpo durante longos minutos enquanto relembrava aquela noite. Mirna era uma amiga minha de infância. Juntas, aprontávamos todas. E ficou ainda pior quando crescemos. Éramos loucas incorrigíveis por qualquer travessura envolvendo pregar peças em todo mundo. Isso, no entanto, parou quando me casei. Visitava minha amiga muito de vez em quando porque meu marido não gostava dela. Um dia, pouco antes de descobrir minha gravidez, fomos a uma festa dada por ela, ainda solteira, mas já pensando em noivar com o filho de um figurão local. Não porque ela estava apaixonada, mas por desejar ampliar o poder crescente de sua família.
Naquela noite, às escondidas, eu e minha amiga fomos ao “quarto secreto” da casa dela e lá encontramos um cálice dourado fechado com uma tampa difícil de abrir. Mirna, porém, não tinha o apelido de “Dama dos Dedos Leves” à toa. O líquido dentro daquela enorme taça parecia um vinho totalmente diferente dos outros antes provados. Ela me ofereceu um longo gole dizendo que beberíamos aos nossos gloriosos futuros. Bebi metade e a outra ela bebeu vorazmente. Obviamente, ela já estava um pouco embriagada por conta do vinho e dizia algumas coisas sem muito nexo. Uma delas que aquilo era sangue de um poderoso vampiro que o pai dela havia roubado de uma criatura com quem ele cruzara caminho no Oriente.
De forma bem lógica, achei aquelas palavras absurdas, decerto efeito do vinho já bebido. Naquele minuto, porém, fazia sentido. Ou pelo menos eu achava, pois não entendia, ainda, como podia ser vampira e ainda por cima jovem e bela. Pedi pelo amor de Deus que ele me explicasse aquilo. A dor antes sumida agora voltava com tudo. Como assim eu viveria eternamente? Estava condenada a sempre sofrer por meu erro? Ficaria sozinha?
- Não a condenei, minha querida. Estou lhe dando uma chance de reparar seu engano e aconselhar outras como você a não seguirem esse triste caminho. Sei sobre suas muitas dúvidas e irei explicá-las todas – disse ele mansamente e largando o candelabro sobre a penteadeira onde se localizava o espelho. Sorriu cordial: - Me chamo Yatagarasu.
Ele explicou, em primeiro lugar, sobre minha “morte oficial” em um acidente de carro próximo a Buenos Aires e que tal fato havia sido, e era, manchete em todos os jornais da Argentina. Meu corpo, antes que ele o tirasse da sepultura, havia sido enterrado em presença de poucas pessoas, com meu neto conduzindo a cerimônia de encomendação da alma. O pranto triste do Padre Juan enquanto conduzia minha alma a algum lugar me comoveu. Elisa e Victoria, por sua vez, estavam em choque por descobrir sobre eu estar indo pedir perdão a elas mais uma vez. Decerto elas não esperavam tal atitude. Prantearam por Ricardo, que havia sido enterrado junto de mim, como que para zelar por minha existência, mesmo morto.
María Isabel, segundo eu soube, tinha chegado da Espanha pouco depois do meu funeral. Chorou como nunca o fizera antes, implorando que a mãe e a irmã, por favor, tivessem me perdoado. As duas não souberam responder, segundo meu agora mestre. Era como, usando palavras de agora, não tivesse “caído a ficha”. Eu as entendia. Esquecer o passado, quando ele te fez o que você se tornou, é impossível. Mais ainda quando é uma experiência negativa. No meu caso, só depois de muito tempo eu havia me dado conta do quanto estava errada em escolher a pior opção quando tinha melhores à disposição. Entretanto, enxergar o óbvio nem sempre é a coisa mais fácil de fazer.
Embora Victoria tivesse tido sorte em ter uma bondosa mãe adotiva, não pude deixar de me sentir culpada pelo resto da sina dela ter sido complicada depois. Tinha somente pensado em mim mesma e no que eu chamava de “honra” e “bom nome”. Perguntei com tristeza emanando até pelos poros do cabelo: - O que eu faço?
- Faça o que eu disse, mas, você tem total liberdade para escolher seu caminho, Naiva – respondeu ele ao que repliquei imediatamente, querendo deixar minha vida anterior de vez: - Por favor, passe a me chamar de Ivana.
A partir daquela noite, me dediquei a aprender tudo o que Yatagarasu queria me ensinar sobre os vampiros e suas particularidades. Descobri o significado do nome dele: corvo de três pernas. Meu mestre quase sempre anda de preto e carrega consigo uma bengala, na realidade uma katana disfarçada.
Não preciso, ainda, contar como minha vida seguiu em seus detalhes. Sofri, chorei, amei, odiei e tudo o mais que posso ser capaz de dizer. Soube do pai de Victoria ser um homem de gelo, do povo ainda vivente nas montanhas do Himalaia, quase totalmente extinto em razão das muitas mudanças de clima ocorridas com o passar dos anos. María Isabel tornou-se uma famosa pintora. Juan, meu neto padre, é um Caçador que treina outros como ele. Elisa? Vive com um vampiro chamado Greco. Minha primeira neta? No momento não sei.
Apenas sei que minha história ainda não acabou. Talvez ela só esteja no começo.
Ivana: ou
Pouco mais de oito décadas de transformada. Era bastante idosa quando morreu para uma nova vida, mas rejuvenesceu graças ao sangue de um Ancestral chamado Yatagarasu, que a considerava boa demais para tão pouca vida. Devido a complicações oriundas de seu passado, não raras vezes tem uma visão deturpada das coisas e comete atos muito moralmente questionáveis. Seu nome é um anagrama do seu original: Naiva, uma corruptela do francês naïf, que significa ingênua. De boba, porém, Ivana não tem nada.
Yatagarasu: