Saint Seiya Legend of Sanctuary, 100% SPOILERS!!!
Enviado: Ter Jul 08, 2014 08:33
By: Larc, abdusido do jbox
Como todo fã, eu já tinha visto os trailers do filme, alguns spoilers e, confesso, fui ao cinema com baixas expectativas. Desde quando soube da duração do longa (apenas 1h30!) e do que pretendiam abordar (as lutas nas 12 casas) torci o nariz. Não daria para desenvolver tudo o que ocorre nessa fase da trama, muito pouco tempo para muita coisa! Tantas cenas tão especiais não poderiam caber em tão pouco tempo! E não couberam. A direção optou por cortar, alterar e mesmo banalizar os acontecimentos. Todo aquele tom clássico (no sentido helênico mesmo), épico e de grande intensidade de sentimentos se perdeu. Talvez os fãs consigam se emocionar de alguma forma ao se lembrar do mangá/animê, porque para eles o filme soará apenas como um reboot resumitivo (e mal feito) da série.
Há pontos positivos, claro! Posso dizer que o design das armaduras funcionou muito bem, os efeitos visuais dos golpes também. A animação de modo geral está satisfatória, uma movimentação ou outra me incomodou, não pareceu fluida, mas no geral está ok. Além da parte gráfica, acredito que foi possível invocar a personalidade original (leia-se, do mangá) dos personagens – pelo menos daqueles que temos tempo para fazer alguma observação sobre a personalidade! rs -, em especial de Seiya e Shiryu.
SALDO TOTAL: Como releitura, reboot ou o “re-” que for, não funcionou. Quem gosta de Saint Seiya pelas lutas, vai detestar porque todas foram muito mal desenvolvidas; quem gosta pelo lado dramático/sentimental, vai odiar o esvaziamento que o filme impôs à trama. Quem só presta atenção nos gráficos, deve achar bacana, mas essas pessoas não contam.
Por fim, eu recomendaria fortemente que os fãs do Ikki não fossem ver o filme… (é uma brincadeira com fundo de verdade, não digam que eu não avisei)
Obs: Há uma cena pós-créditos bacaninha que me fez sorrir!
A partir daqui, SÓ SPOILERS!
O filme começa bem bonito com uma perseguição aérea de Aiolos por Saga e Shura (azar do Sagitário que carrega o peso de asas quando todos podem voar mesmo sem elas). Logo depois Mitsumasa Kido encontra Aiolos caído dentro de uma caverna e este entrega Saori ao japonês. Desde o início do longa, seja pelas armaduras ou pelo recipiente em que a bebê Saori se encontra, podemos perceber uma mistura de clássico e moderno. Não se pode deixar de lembrar que essa é mais uma tentativa de trazer a série Saint Seiya para a atualidade, em especial no que diz respeito ao seu estrato imagético (podemos observar isso no cabelo e roupas dos protagonistas, em ambos os casos alterações muito bem sucedidas).
A aparição dos cavaleiros de bronze é bem bacana! Seiya, Shiryu, Hyoga e Shun, nessa ordem, entram com muita pompa em cena (Ikki posteriormente também faz sua entrada triunfal, mas como ele sempre faz isso… rs). Acredito que a aparição do Hyoga, vindo de moto, saltando, desferindo seu Diamond Dust e em seguida fazendo uma pose de “sou foda, eu sou sinistro” conquiste o coração de seus fãs nesse momento (mas não se enganem, fãs do Cisne, Hyoga tem a segunda pior participação no filme se considerarmos só os bronzeboys).
A partir desse momento, explora-se um pouco o núcleo Saori e os cavaleiros de bronze na mansão dos Kido. Tatsumi também está por lá, mas perdeu muito de seu humor, embora seja utilizado como gancho cômico (aliás, os momentos cômicos, embora lembrem o mangá, parecem inoportunos). A abordagem da personalidade dos personagens principais me soou interessante em alguns casos – Seiya bem do jeito que ele é mesmo, com alguma comicidade mais latente, como no mangá; Shiryu sendo a voz da razão e sempre trajando sua armadura, para estar preparado para o perigo a qualquer momento; e Ikki sendo o Ikki de sempre, ou pelo menos aparentemente, já que temos pouco tempo de contato com ele no filme -, mas não em outros – Hyoga, embora junto ao grupo mantém um certo afastamento que fez com que eu me lembrasse do Ikki; e Shun não estava tão pacifista como “deveria”, apenas aparenta ser fraco (o que sabemos que ele não é na série clássica).
Aiolia aparece nesse contexto nos arredores da mansão dos Kido e recupera para o Santuário a armadura de Sagitário. Logo depois, o cavaleiro de Flecha surge, golpeia Saori (aqui o seu golpe não é uma flecha de metal, mas sim de energia que “infecta” Saori) e foge, sendo morto por Ikki em uma rua da cidade. Como falei anteriormente, Ikki aparece mandando ver e incinerando o cavaleiro de prata num piscar de olhos. A entrada triunfal do Fênix deve conquistar o coração de seus fãs, mas estes não devem se iludir, pois esse é o melhor momento de Ikki no filme, cuja participação é a pior dentre os cavaleiros de bronze.
As batalhas das Doze Casas… Que tristeza! Jogaram na privada as tantas cenas clássicas e épicas dessa fase de Saint Seiya e só restou o mau cheiro no filme… Vou topicalizar as casas para que as informações fiquem mais fáceis de digerir:
Sobre o Santuário: também mescla clássico e moderno em seu visual. O templo do Grande Mestre virou uma espécie de castelo e ficou incrícel! Muito bonito mesmo! Já as Doze Casas flutuantes ao seu redor deixaram bastante a desejar (ficaram semelhantes às 12 casas do Ômega), embora eu tenha curtido muito o interior delas, principalmente de Leão e Aquário, na qual parece haver / há água sob o teto, algo no estilo do reino submarino de Poseidon, mas em menor escala porque é só no interior da casa de Áquario. O relógio de fogo não é mostrado no Santuário (ou se é, acontece tão rápido e tão sem importância que nem percebi). Porém, uma versão místico-holográfica dele aparece no templo do Grande Mestre, mas esqueçam todo e qualquer desespero dos cavaleiros de bronze em relação ao relógio, pois eles nunca o veem e apenas sabem (a partir da casa de Touro) que Saori morrerá em breve se não vencerem o Grande Mestre rapidamente.
Áries: O lado bom é que Muu usa seu Crystal Wall de modo diferente do qual estamos acostumados a ver e, apesar disso, não me pareceu incongruente com seus poderes clássicos. O lado ruim: Muu não restaura as armaduras dos protagonistas, o que se justifica porque não existe no filme aquela enorme quantidade de lutas contra cavaleiros de bronze, negros e de prata que vemos no mangá. É, se justifica, mas não deixa de ser uma cena épica para os fãs que se perde no longa.
Touro: O começo da casa de Touro é divertido, Aldebaran está se fartando em um enorme banquete, Seiya rouba uma maçã e, numa piscada, a luta acabou. Seiya leva apenas um golpe, cai, pula e corta o chifre do Touro. Toda a questão de superação é muito banalizada aqui. Muu aparece, Aldebaran mostra que é um cara “sangue-bom” e ambos ficam cuidando de Saori, que já está debilitada por causa do golpe do cavaleiro de Flecha. E nem pensem em menção à Marin (no clássico, Seiya se recorda de alguns ensinamentos que o ajudam enfrentar Aldebaran).
Gêmeos: Pelo que entendi o lado “bom” do Saga intervém e evita que ele faça qualquer ilusão para atrapalhar os bronzeboys nessa casa. Assim, nada acontece em Gêmeos, nem a luta de Shun contra a armadura manipulada por Saga que eu acho tãaao legal.
Câncer: Complicado comentar sobre essa casa. Foi constrangedor ver Deathmask cantando em coro com as cabeças dos mortos que ficam espalhadas pelo local. Com muitas luzes e cores, me lembrou o Scar (do filme “O Rei Leão”) na sua cena musical com as hienas antes da morte de Mufasa. No filme da Disney funcionou muito bem, já aqui… O Sekishiki Meikai Ha adquiriu novas capacidades e o Câncer manda Hyoga para a casa de Aquário, enquanto vai enfrentar Shiryu no Yomotsu (que está com um visual bem tradicional do inferno mesmo). A luta, como todas, é bem mais rápida e menos dramática do que no original, mas pelo menos ainda temos a questão da armadura abandonar Deathmask, do Shiryu também tirar a armadura para derrotá-lo… Talvez seja a melhor e mais fiel “releitura” de luta (junto com a de Leão). Ainda que se perca muito do drama, pois Shiryu não está cego no filme e não há qualquer participação da Shunrei. A verdade é que depois do início musical da casa de Câncer, nada mais poderia ser muito dramático ali.
Aquário: Hyoga chega teletransportado por Deathmask e se depara com seu mestre, Camus, com um cabelo ridículo demais que não coincide com a personalidade que todos (não eu!) adoramos. O cavaleiro de Aquário dá um golpe que explode em gelo sobre Hyoga. Cisne se ergue, Camus se prepara para lançar a Aurora Execution e Hyoga faz o mesmo. Ambos se golpeiam, Camus diz que Hyoga se tornou forte e eles caem, simples assim. Fim de uma das lutas mais emocionantes no mangá e que no filme foi totalmente esvaziada de emoção. Só serviu para ser a segunda das duas lutas que teve final de fato, como aconteceu com a luta entre Shiryu e Deathmask.
Virgem: Não acontece nada, já que Shaka foi para a casa de Leão.
Libra: Nada. Hyoga foi parar na casa de Aquário, não de Libra, lembram? E ele não é preso em esquife nenhum, não tem Shiryu explicando sobre a armadura e as armas de Libra, nem Shun aquecendo o Cisne com todo o seu am… cosmo!
Escorpião: Milo, a mulher-cavaleiro, bate em Shun e Seiya até que eles vão parar – à base de porrada mesmo – na casa de Sagitário, onde Shura aparece para participar da festa.
Sagitário: Seiya e Shun apenas fazem nada até que Ikki chega todo imponente e faz… NADA! Ikki fica apenas numa trocação de socos com Shura que não leva a lugar nenhum enquanto Seiya também não consegue incomodar a Mila. Shun dá seus gritos e observa tudo, sem muita participação – parece que ele não queria participar do filme, mas como o cachê era alto… – Em um dado momento, revela-se a inscrição de Aiolos na parede, os dourados do bem (Muu, Aldebaran, Aiolia e Shaka) chegam com Saori, Shiryu e Hyoga e todos viram amigos.
Capricórnio: Nada, Shura estava com pressa e foi brigar em Sagitário mesmo!
Peixes: Nada, pois Aphrodite vai falar com o Grande Mestre e é assassinado rapidamente por uma Another Dimension (como conseguir aproveitar de forma pior ainda um personagem já não muito bem aproveitado na obra original!). Sim, com isso não há a luta incrível entre Shun e o cavaleiro de Peixes, na qual Shun se supera física e emocionalmente e utiliza seu golpe mais poderoso. Pois é, Shun não luta sozinho contra ninguém no filme.
Grande Mestre: Saga utiliza todos os recursos possíveis contra os cavaleiros. Manda uma estátua gigante para atacá-los – e os cavaleiros de ouro se juntam para destruí-la, o que é até bacaninha -, mas enfrenta diretamente apenas Seiya (os outros cavaleiros de bronze ficam ao lado de Saori para protegê-la). É a luta mais longa do filme, como esperado, mas também não traz muita emoção. Não vemos um grande embate entre os lados bom e malvado de Saga. Por fim, Saga invoca uma estátua-monstro gigante dentro da qual parece se integrar fisicamente com a “coisa”, mas então surge a armadura de Sagitário, Seiya vira um centauro (!!!) e, com Saori apoiada em uma de suas patas dianteiras e ajudando com seu cosmo divino, lança uma flecha que destrói a criatura gigante e põe fim aos planos de Saga.
Então, o filme corta para uma cena em que Saori está se apresentando como Athena ao Santuário, ao seu lado estão os cavaleiros de ouro sobreviventes – Muu, Aldebaran, Aiolia, Shaka, Milo e Shura -, menos Doko, que só é mencionado na casa de Áries. Os cavaleiros de bronze não aparecem (ou se aparecem estão no meio da multidão que reverencia Saori). Para meu enorme constrangimento, com apenas Shiryu e Hyoga derrotando algum oponente relevante, o filme chega ao seu FIM.
Felizmente, a cena pós-crédito é bonitinha e mostra Saori, Tatsumi e os bronzeboys (menos Ikki) na Mansão dos Kido. Colocou um sorriso no meu rosto, espero que façam o mesmo com os outros fãs que sofrerem vendo esse filme.
Como todo fã, eu já tinha visto os trailers do filme, alguns spoilers e, confesso, fui ao cinema com baixas expectativas. Desde quando soube da duração do longa (apenas 1h30!) e do que pretendiam abordar (as lutas nas 12 casas) torci o nariz. Não daria para desenvolver tudo o que ocorre nessa fase da trama, muito pouco tempo para muita coisa! Tantas cenas tão especiais não poderiam caber em tão pouco tempo! E não couberam. A direção optou por cortar, alterar e mesmo banalizar os acontecimentos. Todo aquele tom clássico (no sentido helênico mesmo), épico e de grande intensidade de sentimentos se perdeu. Talvez os fãs consigam se emocionar de alguma forma ao se lembrar do mangá/animê, porque para eles o filme soará apenas como um reboot resumitivo (e mal feito) da série.
Há pontos positivos, claro! Posso dizer que o design das armaduras funcionou muito bem, os efeitos visuais dos golpes também. A animação de modo geral está satisfatória, uma movimentação ou outra me incomodou, não pareceu fluida, mas no geral está ok. Além da parte gráfica, acredito que foi possível invocar a personalidade original (leia-se, do mangá) dos personagens – pelo menos daqueles que temos tempo para fazer alguma observação sobre a personalidade! rs -, em especial de Seiya e Shiryu.
SALDO TOTAL: Como releitura, reboot ou o “re-” que for, não funcionou. Quem gosta de Saint Seiya pelas lutas, vai detestar porque todas foram muito mal desenvolvidas; quem gosta pelo lado dramático/sentimental, vai odiar o esvaziamento que o filme impôs à trama. Quem só presta atenção nos gráficos, deve achar bacana, mas essas pessoas não contam.
Por fim, eu recomendaria fortemente que os fãs do Ikki não fossem ver o filme… (é uma brincadeira com fundo de verdade, não digam que eu não avisei)
Obs: Há uma cena pós-créditos bacaninha que me fez sorrir!
A partir daqui, SÓ SPOILERS!
O filme começa bem bonito com uma perseguição aérea de Aiolos por Saga e Shura (azar do Sagitário que carrega o peso de asas quando todos podem voar mesmo sem elas). Logo depois Mitsumasa Kido encontra Aiolos caído dentro de uma caverna e este entrega Saori ao japonês. Desde o início do longa, seja pelas armaduras ou pelo recipiente em que a bebê Saori se encontra, podemos perceber uma mistura de clássico e moderno. Não se pode deixar de lembrar que essa é mais uma tentativa de trazer a série Saint Seiya para a atualidade, em especial no que diz respeito ao seu estrato imagético (podemos observar isso no cabelo e roupas dos protagonistas, em ambos os casos alterações muito bem sucedidas).
A aparição dos cavaleiros de bronze é bem bacana! Seiya, Shiryu, Hyoga e Shun, nessa ordem, entram com muita pompa em cena (Ikki posteriormente também faz sua entrada triunfal, mas como ele sempre faz isso… rs). Acredito que a aparição do Hyoga, vindo de moto, saltando, desferindo seu Diamond Dust e em seguida fazendo uma pose de “sou foda, eu sou sinistro” conquiste o coração de seus fãs nesse momento (mas não se enganem, fãs do Cisne, Hyoga tem a segunda pior participação no filme se considerarmos só os bronzeboys).
A partir desse momento, explora-se um pouco o núcleo Saori e os cavaleiros de bronze na mansão dos Kido. Tatsumi também está por lá, mas perdeu muito de seu humor, embora seja utilizado como gancho cômico (aliás, os momentos cômicos, embora lembrem o mangá, parecem inoportunos). A abordagem da personalidade dos personagens principais me soou interessante em alguns casos – Seiya bem do jeito que ele é mesmo, com alguma comicidade mais latente, como no mangá; Shiryu sendo a voz da razão e sempre trajando sua armadura, para estar preparado para o perigo a qualquer momento; e Ikki sendo o Ikki de sempre, ou pelo menos aparentemente, já que temos pouco tempo de contato com ele no filme -, mas não em outros – Hyoga, embora junto ao grupo mantém um certo afastamento que fez com que eu me lembrasse do Ikki; e Shun não estava tão pacifista como “deveria”, apenas aparenta ser fraco (o que sabemos que ele não é na série clássica).
Aiolia aparece nesse contexto nos arredores da mansão dos Kido e recupera para o Santuário a armadura de Sagitário. Logo depois, o cavaleiro de Flecha surge, golpeia Saori (aqui o seu golpe não é uma flecha de metal, mas sim de energia que “infecta” Saori) e foge, sendo morto por Ikki em uma rua da cidade. Como falei anteriormente, Ikki aparece mandando ver e incinerando o cavaleiro de prata num piscar de olhos. A entrada triunfal do Fênix deve conquistar o coração de seus fãs, mas estes não devem se iludir, pois esse é o melhor momento de Ikki no filme, cuja participação é a pior dentre os cavaleiros de bronze.
As batalhas das Doze Casas… Que tristeza! Jogaram na privada as tantas cenas clássicas e épicas dessa fase de Saint Seiya e só restou o mau cheiro no filme… Vou topicalizar as casas para que as informações fiquem mais fáceis de digerir:
Sobre o Santuário: também mescla clássico e moderno em seu visual. O templo do Grande Mestre virou uma espécie de castelo e ficou incrícel! Muito bonito mesmo! Já as Doze Casas flutuantes ao seu redor deixaram bastante a desejar (ficaram semelhantes às 12 casas do Ômega), embora eu tenha curtido muito o interior delas, principalmente de Leão e Aquário, na qual parece haver / há água sob o teto, algo no estilo do reino submarino de Poseidon, mas em menor escala porque é só no interior da casa de Áquario. O relógio de fogo não é mostrado no Santuário (ou se é, acontece tão rápido e tão sem importância que nem percebi). Porém, uma versão místico-holográfica dele aparece no templo do Grande Mestre, mas esqueçam todo e qualquer desespero dos cavaleiros de bronze em relação ao relógio, pois eles nunca o veem e apenas sabem (a partir da casa de Touro) que Saori morrerá em breve se não vencerem o Grande Mestre rapidamente.
Áries: O lado bom é que Muu usa seu Crystal Wall de modo diferente do qual estamos acostumados a ver e, apesar disso, não me pareceu incongruente com seus poderes clássicos. O lado ruim: Muu não restaura as armaduras dos protagonistas, o que se justifica porque não existe no filme aquela enorme quantidade de lutas contra cavaleiros de bronze, negros e de prata que vemos no mangá. É, se justifica, mas não deixa de ser uma cena épica para os fãs que se perde no longa.
Touro: O começo da casa de Touro é divertido, Aldebaran está se fartando em um enorme banquete, Seiya rouba uma maçã e, numa piscada, a luta acabou. Seiya leva apenas um golpe, cai, pula e corta o chifre do Touro. Toda a questão de superação é muito banalizada aqui. Muu aparece, Aldebaran mostra que é um cara “sangue-bom” e ambos ficam cuidando de Saori, que já está debilitada por causa do golpe do cavaleiro de Flecha. E nem pensem em menção à Marin (no clássico, Seiya se recorda de alguns ensinamentos que o ajudam enfrentar Aldebaran).
Gêmeos: Pelo que entendi o lado “bom” do Saga intervém e evita que ele faça qualquer ilusão para atrapalhar os bronzeboys nessa casa. Assim, nada acontece em Gêmeos, nem a luta de Shun contra a armadura manipulada por Saga que eu acho tãaao legal.
Câncer: Complicado comentar sobre essa casa. Foi constrangedor ver Deathmask cantando em coro com as cabeças dos mortos que ficam espalhadas pelo local. Com muitas luzes e cores, me lembrou o Scar (do filme “O Rei Leão”) na sua cena musical com as hienas antes da morte de Mufasa. No filme da Disney funcionou muito bem, já aqui… O Sekishiki Meikai Ha adquiriu novas capacidades e o Câncer manda Hyoga para a casa de Aquário, enquanto vai enfrentar Shiryu no Yomotsu (que está com um visual bem tradicional do inferno mesmo). A luta, como todas, é bem mais rápida e menos dramática do que no original, mas pelo menos ainda temos a questão da armadura abandonar Deathmask, do Shiryu também tirar a armadura para derrotá-lo… Talvez seja a melhor e mais fiel “releitura” de luta (junto com a de Leão). Ainda que se perca muito do drama, pois Shiryu não está cego no filme e não há qualquer participação da Shunrei. A verdade é que depois do início musical da casa de Câncer, nada mais poderia ser muito dramático ali.
Aquário: Hyoga chega teletransportado por Deathmask e se depara com seu mestre, Camus, com um cabelo ridículo demais que não coincide com a personalidade que todos (não eu!) adoramos. O cavaleiro de Aquário dá um golpe que explode em gelo sobre Hyoga. Cisne se ergue, Camus se prepara para lançar a Aurora Execution e Hyoga faz o mesmo. Ambos se golpeiam, Camus diz que Hyoga se tornou forte e eles caem, simples assim. Fim de uma das lutas mais emocionantes no mangá e que no filme foi totalmente esvaziada de emoção. Só serviu para ser a segunda das duas lutas que teve final de fato, como aconteceu com a luta entre Shiryu e Deathmask.
Virgem: Não acontece nada, já que Shaka foi para a casa de Leão.
Libra: Nada. Hyoga foi parar na casa de Aquário, não de Libra, lembram? E ele não é preso em esquife nenhum, não tem Shiryu explicando sobre a armadura e as armas de Libra, nem Shun aquecendo o Cisne com todo o seu am… cosmo!
Escorpião: Milo, a mulher-cavaleiro, bate em Shun e Seiya até que eles vão parar – à base de porrada mesmo – na casa de Sagitário, onde Shura aparece para participar da festa.
Sagitário: Seiya e Shun apenas fazem nada até que Ikki chega todo imponente e faz… NADA! Ikki fica apenas numa trocação de socos com Shura que não leva a lugar nenhum enquanto Seiya também não consegue incomodar a Mila. Shun dá seus gritos e observa tudo, sem muita participação – parece que ele não queria participar do filme, mas como o cachê era alto… – Em um dado momento, revela-se a inscrição de Aiolos na parede, os dourados do bem (Muu, Aldebaran, Aiolia e Shaka) chegam com Saori, Shiryu e Hyoga e todos viram amigos.
Capricórnio: Nada, Shura estava com pressa e foi brigar em Sagitário mesmo!
Peixes: Nada, pois Aphrodite vai falar com o Grande Mestre e é assassinado rapidamente por uma Another Dimension (como conseguir aproveitar de forma pior ainda um personagem já não muito bem aproveitado na obra original!). Sim, com isso não há a luta incrível entre Shun e o cavaleiro de Peixes, na qual Shun se supera física e emocionalmente e utiliza seu golpe mais poderoso. Pois é, Shun não luta sozinho contra ninguém no filme.
Grande Mestre: Saga utiliza todos os recursos possíveis contra os cavaleiros. Manda uma estátua gigante para atacá-los – e os cavaleiros de ouro se juntam para destruí-la, o que é até bacaninha -, mas enfrenta diretamente apenas Seiya (os outros cavaleiros de bronze ficam ao lado de Saori para protegê-la). É a luta mais longa do filme, como esperado, mas também não traz muita emoção. Não vemos um grande embate entre os lados bom e malvado de Saga. Por fim, Saga invoca uma estátua-monstro gigante dentro da qual parece se integrar fisicamente com a “coisa”, mas então surge a armadura de Sagitário, Seiya vira um centauro (!!!) e, com Saori apoiada em uma de suas patas dianteiras e ajudando com seu cosmo divino, lança uma flecha que destrói a criatura gigante e põe fim aos planos de Saga.
Então, o filme corta para uma cena em que Saori está se apresentando como Athena ao Santuário, ao seu lado estão os cavaleiros de ouro sobreviventes – Muu, Aldebaran, Aiolia, Shaka, Milo e Shura -, menos Doko, que só é mencionado na casa de Áries. Os cavaleiros de bronze não aparecem (ou se aparecem estão no meio da multidão que reverencia Saori). Para meu enorme constrangimento, com apenas Shiryu e Hyoga derrotando algum oponente relevante, o filme chega ao seu FIM.
Felizmente, a cena pós-crédito é bonitinha e mostra Saori, Tatsumi e os bronzeboys (menos Ikki) na Mansão dos Kido. Colocou um sorriso no meu rosto, espero que façam o mesmo com os outros fãs que sofrerem vendo esse filme.